sexta-feira, 6 de abril de 2012

Transformando lixo em Arte.


Transformando lixo em arte
Material descartado nas ruas ganha outra finalidade pelas mãos de criadores do mundo todo

Transformar o que antes ia para o lixo em objetos de arte é uma atividade cada vez mais comum no meio artístico. Mais do que reutilizar materiais como garrafas pets, peças de computadores, madeiras velhas, entre outros, esses profissionais mostram que com um olhar mais atento é possível observar o belo em meio a um amontoado de lixo.

Franklin Ferreira é um desses. O artista cearense utiliza materiais como garrafões de água, cartão telefônico, sobras de madeiras, peças eletrônicas e papel de jornal para fazer suas obras. Ímã de geladeiras, abajures, porta-chaves e peças decorativas são algumas das criações de Franklin. Para divulgar seus trabalhos, o artesão – que já expôs nas grandes cidades brasileiras – criou o blog Maré Verde.

O grupo paulistano Bloco de Madeira, formado pelo artista plástico Henrique Koblitz e pelos quadrinistas Rafael Calixto e Victor Zalma, sai pelas ruas de São Paulo à procura de materiais descartados pelos próprios moradores. Tudo o que é encontrado pelo trio é usado na produção de desenhos em tela, papel e suportes variados. O coletivo artístico ainda usa o trabalho para dar uma “cutucada” em quem descarta o lixo na rua.

“Nosso trabalho é uma maneira de trazer consciência para as pessoas, que gastam dinheiro com um produto que vai parar no lixo”, diz Rafael, que há três anos usa o material descartado nas ruas para produzir sua arte.

Além do grupo, Rafael trabalha sozinho com telas. Mas em ambos a matéria-prima é sempre o detrito. “Comecei a trabalhar com lixo pela necessidade, porque eu não tenho dinheiro para comprar material. Basicamente eu desmonto tudo o que encontro na rua, como sofá e televisão, para montar outras peças”, explica o artista, cujo interesse pela arte com material descartado surgiu enquanto trabalhava numa oficina mecânica.

Arte renovável

O maior nome brasileiro da chamada “arte renovável” é o paulistano Vik Muniz, atualmente radicado em Nova York. O artista também utiliza material descartado para compor suas obras, geralmente baseadas em trabalhos de artistas famosos mundialmente. Além de incluir o lixo nas suas peças, Vik faz telas usando açúcar, chocolate e gel de cabelo.

Em 2010, o artista foi tema do documentário Lixo Extraordinário, vencedor de prêmios nos festivais de Berlim e Sundance e indicado ao Oscar 2011. O filme acompanha Vik Muniz ao aterro no Jardim Garmacho, Rio de Janeiro. O longa mostra a confecção de obras de arte a partir do material coletado no aterro.

A escultora japonesa Sayaka Kajita Ganz faz peças que dão a sensação de movimento. Um verdadeiro ilusionismo surge das obras. O material que ela usa para criar são plásticos, talheres e objetos que Sayaka vasculha pelas grandes cidades.

Já o trabalho da britânica Jane Perkins pode ser definido como uma espécie de “pop art sustentável”. Com botões, bolas de gude, brinquedos pequenos e bijuterias a artista recria imagens de celebridades como Marilyn Monroe, Nelson Mandela e o casal Obama. Entre as criações de Jane Perkins também está uma versão para a Monalisa de Leonardo Da Vinci.

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