sábado, 11 de dezembro de 2010

Tenis ou livro?

Leitura Crítica




Tênis ou livros

Jaime Folle - 07/12/2010





Quando presenteamos com um livro, estamos caminhando com a cabeça. Quando presenteamos com um tênis, estamos caminhando com os pés. A questão fundamental está nas bases culturais de um povo que caminha mais com os pés do que com a cabeça. A caminhada com os livros demora e exige tempo e persistência, coisa rara nos dias de hoje. Por isso, estamos com as mentes mais pisantes do que de pensantes.



Dar um livro de presente é cafonice, coisa ultrapassada. Tênis é moderno e elegante. A repercussão disso está nos bancos escolares, onde os alunos que galgam os postos acadêmicos mal sabem escrever e têm enormes dificuldades em criar e pensar. Coloque em prova alunos recém formados no mercado de trabalho para ver os resultados! É desesperador! A falta de leitura e qualidade na escrita, num teste realizado com os acadêmicos pela Empreender Recursos Humanos, constatou que o vocabulário destes alunos mal chegava a duzentas palavras.



Por que gastar R$ 25,00 num livro se posso comprar um tênis de R$ 350,00? Basta assistir aos principais canais de televisão aberta para ver a quantidade de promoções de tênis, enquanto que propaganda de livros nem existe.



Desde pequenos, os pais preferem investir nos pés do que na cabeça de seus filhos e forçam os colégios a passarem o filhinho de ano. Precisa ver o desespero dos professores no final de ano para agüentar a pressão dos pais para que seu filho não seja reprovado.



Quando na universidade, na maioria delas, o aluno não é mais aluno, ele passou a ser um cliente. Já que o ensino superior de uns anos pra cá é um grande mercado formador de mentes pisantes e não de mentes pensantes. São fábricas de diplomas de pouca formação, isto é, certifica, mas não qualifica e nem justifica. Basta ver a quantidade de conselhos de classes profissionais exigindo uma prova escrita, para dar a carteira profissional, isto é, a pura prova da falta de qualidade nas faculdades.



São reflexões para os pais e os poucos profissionais da educação de mentes pensantes, para que reflitam em suas comunidades a importância do livro na vida de seus filhos e alunos.



* Jaime Folle, consultor, formado em Administração e Marketing.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

INFORMAÇÕES ÚTEIS

1. Quem quiser tirar uma cópia da Certidão de Nascimento, ou de Casamento, não precisa mais ir até um cartório, pegar senha e esperar um tempão na fila.

O Cartório Eletrônico, já está no ar!

http://www.cartorio24horas.com.br/

Nele você resolve essas (e outras) burocracias, 24 horas por dia, on-line.

Cópias de certidões de óbitos,imóveis, e protestos também

podem ser solicitados pela internet.

Para pagar é preciso imprimir um boleto bancário. Depois, o

documento chega por Sedex.

Passe para todo mundo, que este é um serviço da maior importância.



2. AUXÍLIO À LISTA

Telefone 102... não!

Agora é: 08002800102

Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes...

NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO.

SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE UM SERVIÇO VERDADEIRAMENTE GRATUITO.

Não custa divulgar para mais gente ficar sabendo.

3. Documentos roubados - BO (boletim de occorrência) dá

gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA???

Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei 3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto (mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como:

Habilitação (R$ 42,97);

Identidade (R$ 32,65);

Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11).

Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia

(não precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à um posto do IFP.

Gostaria, se possível, que cada um não guardasse a informação só para si

quinta-feira, 27 de maio de 2010

EDITAL AGENTES DE LEITURA DO CEARÁ

EDITAL AGENTES DE LEITURA DO CEARÁ


O projeto Agentes de Leitura do Ceará, da Secretaria da Cultura do Estado, está com inscrições abertas até 10 de junho, numa ação que contempla 33 municípios cearenses. Leia aqui o edital: http://bit.ly/bpntDG/. Estão sendo oferecidas 22 vagas, sendo 11 para cada município. Existem, atualmente, 327 agentes de leitura, atendendo cerca de 5.250 famílias, em 31 municípios de todas as macrorregiões do Estado. Eles visitam de bicicleta regularmente as casas das famílias assistidas para realização de empréstimos de livros, além de promoverem cirandas e rodas de leituras comunitárias, movimentando o acervo bibliográfico, articulando bibliotecas e despertando o interesse e o gosto pela leitura. Informações: http://www.secult.ce.gov.br/.





--

Roberto Azoubel,

Assessor da Representação Regional do Nordeste (Ministério da Cultura)

fones: (81)32240561

sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Projeto Agentes de Leitura democratiza acesso ao livro"

"Projeto Agentes de Leitura democratiza acesso ao livro"


Diário do Nordeste - 12/04/2010





Para Fabiano dos Santos Piúba, diretor do Livro, Leitura e Literatura, do Ministério da Cultura, o programa Agentes de Leitura, criado no Estado do Ceará, beneficia os dois lados: os próprios agentes e as famílias visitadas. "Por isso ele foi incluído nas linhas programáticas do Governo Federal", ressalta ele, que também destaca o investimento do governo Lula na criação do PNLL. "Em 2003, o Brasil investia menos de R$ 6 milhões nessa área. Hoje, são mais de 100 milhões ao ano com políticas voltadas para o Livro e para a Leitura."
O Ceará foi pioneiro no projeto Agentes da Leitura. Hoje, a iniciativa foi estendida para 15 estados brasileiros, tornando-se política pública em nível federal. A que se deve esse sucesso?

Vale registrar que também o Programa de Saúde da Família (PSF) surgiu no Ceará. Ambos atuam como estratégias de cidadania. A seleção traz a oportunidade de uma formação continuada e cria ambientes favoráveis nas comunidades para a formação leitora. O projeto foi criado em 2005 pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult). Em julho de 2007, foi incluído nas linhas programáticas do Mais Cultura, Programa do Governo Federal, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-ministro Gilberto Gil, que tem como diretrizes a democratização do acesso aos bens e serviços culturais, a qualificação dos ambientes sociais e urbanos e a geração de emprego e renda. A iniciativa dos Agentes da Leitura foi reconhecida porque democratiza, de fato, o acesso ao LIVRO e beneficia tanto os agentes como todas as famílias envolvidas.
Como acontece o acompanhamento dos agentes? Que resultados já podem ser apontados?
A ação não é só inicial, existe todo um processo de formação, com oficinas de criação literária, capacitação após a seleção, além da distribuição do material. No começo de 2010, serão formados cerca de três mil agentes em dez estados por meio de um curso, que ficará a cargo da Cátedra de Leitura Unesco, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Posteriormente, esses agentes poderão formar multiplicadores. Os editais devem sair entre abril e maio. No que diz respeito aos resultados, em primeiro lugar, as famílias atendidas melhoraram o rendimento escolar. Além disso, é iniciado todo um processo de inclusão social e cidadania cultural dentro das comunidades. Tanto para agentes como para famílias, que começam a fazer uso deste bem cultural tão rico que é o livro. Outros resultados serão apresentados num levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2010 e 2011. Serão avaliados os impactos que Agentes de Leitura e Pontos de Cultura causaram na educação e no repertório cultural dos atendidos.
Você acredita que o projeto interfere nos indicadores sociais de desenvolvimento?
Certamente as políticas públicas voltadas para o acesso à leitura e a Cultura influenciam nos Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) brasileiro e numa sensível melhoria na educação básica.
Sabemos que os editais são formas de tornar mais simples a distribuição de subsídios diretos. Como você avalia a distribuição de recursos no Programa Agentes de Leitura?
Existe uma dívida histórica com a leitura no Brasil. Mas essa realidade vem mudando. Monteiro Lobato dizia que um país se faz com homens e livros, acrescento que uma nação se faz com homens, livros, mulheres, crianças e leitura. Para se ter uma ideia, o Governo Federal distribuiu, entre 2002 e 2003 pelo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), um investimento que não passava de R$ 6 milhões. Hoje, já são investidos mais de 100 milhões ao ano com políticas voltadas para o Livro e para a Leitura. Os editais são simples, exigem conclusão do Ensino Médio, idade entre 18 e 29 anos e comprovante de endereço. Depois são avaliadas as habilidades em interpretação de texto, produção e fluência na leitura.

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Podemos solucionar a crise do clima, com folga"

Apesar do fracasso de Copenhague e da crise do IPCC, Al Gore se diz otimista


O otimismo de Al parece incorrigível. Desde que perdeu a eleição presidencial de 2000 para George W. Bush, o democrata se dedica em tempo integral a pregar obstinadamente sobre os riscos da mudança do clima. Seu evangelho verde se espalha em dois livros, "Uma Verdade Inconveniente" e "Nossa Escolha" (editora Manole). O primeiro originou documentário que levou o Oscar, em 2007, mesmo ano em que ganhou o Nobel da Paz. O Nobel, porém, foi dividido com o IPCC, ora sob investigação. Apesar do golpe na credibilidade da ciência do clima e do fracasso de Copenhague, Gore não se faz de rogado: "Podemos solucionar completamente a crise do clima, com folga".

MARCELO LEITE
COLUNISTA DA FOLHA

O subtítulo do novo livro de Gore é "Um Plano para Solucionar a Crise Climática". O primeiro se concentrava em expor as previsões de pesquisadores sobre o futuro da atmosfera da Terra, algumas bem mais catastróficas que as do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Agora o apóstolo se volta para as sugestões compiladas em 30 "cúpulas de soluções" que organizou nos últimos três anos pelo mundo afora. Sua fé renovada se ancora na tecnologia. Máquinas como o satélite Triana/DSCOVR, congelado por Bush anos a fio, revelarão aos olhos de todos a verdade sobre a saúde combalida da Terra. Redes inteligentes para transmissão de eletricidade permitirão administrar a sazonalidade e a intermitência das fontes renováveis de energia mais promissoras -eólica, de biomassa e solar. Por vida das dúvidas, Gore continua acreditando no poder do cinema para converter os céticos. Adorou "Avatar", de James Cameron, "uma poderosa metáfora" sobre a força irresistível da natureza. Nos dias 26 e 27 ele estará com Cameron em Manaus, para palestras no Fórum Internacional de Sustentabilidade.


FOLHA - Seu recente livro "Nossa Escolha" transmite uma mensagem tão sóbria quanto otimista: uma catástrofe inimaginável nos espreita se não agirmos, mas ainda há tempo e ferramentas bastantes para solucionar três ou quatro crises do clima. Não é otimismo demais?

AL GORE - Acho que não. Nos últimos três anos organizei mais de 30 "cúpulas de soluções" com os maiores engenheiros, cientistas e empresários do mundo e fiquei agradavelmente surpreso ao descobrir como está avançado o desenvolvimento dessas soluções. O Brasil, por exemplo, tem liderado o mundo ao inovar um meio muito eficaz de empregar biomassa [cana-de-açúcar] para substituir combustíveis líquidos baseados em petróleo. De modo similar, outros países fizeram progressos em energia solar, eólica e geotérmica. Portanto, não acho que seja otimista demais, de jeito nenhum. Mas o ingrediente essencial continua a ser vontade política. Mesmo com a sensacional liderança do Brasil em Copenhague, o mundo como um todo ainda não forneceu vontade política suficiente para implementar as soluções em grande escala. Mas estou otimista que o farão.

FOLHA - Eu me referia à sua afirmação de que "três ou quatro" crises climáticas podem ser solucionadas com as ferramentas à mão.
GORE - Se nos lançarmos numa guinada para formas de energia renováveis e de baixo carbono em transportes, imóveis residenciais e comerciais e agricultura e silvicultura sustentáveis, podemos solucionar totalmente a crise do clima, com folga.
FOLHA - Há um componente tecnológico forte em seu otimismo: computadores e satélites nos ajudarão a enxergar a luz [da verdade] sobre o planeta e seu clima. Mas o exemplo do satélite DSCOVR/Triana, do livro, também pode ser visto como um alerta sobre o poder dos governos de impedir que isso aconteça. Tecnologia e ciência sairão sempre vitoriosos?
GORE - (Ri) Depende de nós, em nossos respectivos países, garantir que as políticas públicas se baseiem na melhor ciência e na melhor informação disponíveis. No caso do Triana: o satélite acaba de ser incluído no orçamento do presidente Obama para este ano.
FOLHA - Foi mero atraso, então?
GORE - Um longo e custoso atraso. Os negacionistas do clima têm combatido em todas as frentes para impedir o progresso. Há alguns que acreditam genuinamente que não se trata de uma crise, mas o grosso da oposição vem dos maiores poluidores de carbono, que não querem ser obrigados a assumir a responsabilidade por deitar fora enormes quantidades de poluição na atmosfera terrestre, como se ela fosse um imenso esgoto a céu aberto. Assim como as companhias de tabaco lutaram contra as limitações à comercialização de cigarros atacando os cientistas que fizeram a ligação entre cigarros e doenças do pulmão, os grandes poluidores de carbono estão atacando os cientistas que conduziram os estudos mostrando conclusivamente que a poluição do aquecimento global produzida pelo homem está causando a crise do clima.
FOLHA - A espécie humana jamais fez uma escolha coletiva sobre seu futuro. O sr. é o primeiro a dizer, no livro, que essa perspectiva parece absurda. O que o deixa tão seguro de que estamos à altura da tarefa?
GORE - Nós temos de fazê-lo, para expressar o amor que temos pelos nossos netos. Para evitar sermos lembrados pelas gerações futuras como uma geração criminosa, que ignorou de forma egoísta e cega os claros sinais de que o seu destino estava em nossas mãos. Porque o modo como fomos criados nos dá um respeito destemido pela verdade e pela justiça. Não importa quanto tempo ela seja obscurecida por aqueles que encaram a verdade como inconveniente, cedo ou tarde os anjos de nossa melhor natureza vencerão.
FOLHA - O sr. é mesmo otimista.
GORE - Houve momentos no passado em que a civilização foi confrontada com ameaças que pareciam inimaginavelmente difíceis. O totalitarismo ameaçou exterminar a liberdade. Pareceu improvável, em alguns instantes, que as forças da democracia e da liberdade venceriam. Mas elas conseguiram, se puseram à altura do desafio. Houve outros exemplos. Muitos achavam que as mulheres nunca receberiam permissão para votar e participar de modo igualitário na sociedade. Nos séculos passados, muitos achavam que a escravidão era uma condição natural, que deveria ser tolerada.

FOLHA - Há muitos lugares do mundo onde o totalitarismo ainda é uma ameaça e os direitos das mulheres não são respeitados.
GORE - Nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial, era forte a ameaça de que o totalitarismo iria extinguir a liberdade. Com a vitória, a democracia ganhou essa luta e claramente o movimento está a favor da democracia e da liberdade, hoje.
FOLHA - Mas isso nos custou uma guerra enorme e sangrenta.
GORE - É verdade.
FOLHA - Espero que não cheguemos a tanto no clima.
GORE - (Ri) Isso não vai acontecer.
FOLHA - Se o sr. tiver de destacar uma prioridade em termos de energia, seria a eólica? Ou seria mais esperto, para países como o Brasil, investir antes na montagem de uma super-rede elétrica inteligente, capaz de lidar com uma ampla variedade de fontes de energia renovável, de biomassa a hidreletricidade?
GORE - Acho que temos de fazer várias coisas simultaneamente. Uma super-rede é importante para o uso de todas as formas de energia renovável. Tanto a energia eólica quanto a solar são muito promissoras. A segunda e terceira gerações de biomassa são igualmente promissoras. Mas o maior recurso são as melhorias de eficiência. E o passo singular que poderia ser dado para estimular o progresso em todas essas áreas é pôr um preço no carbono, de modo que o custo da redução da poluição seja integrado nas decisões do mercado. Isso estimularia todas as formas de energia renovável e todos os recursos de eficiência.
FOLHA - O sr. tem preferência por impostos sobre o CO2 ou por limites e comércio de permissões para emitir carbono ("cap-and-trade")?
GORE - Prefiro ambos. A vantagem da abordagem "cap-and-trade" está na eficiência oferecida para a coordenação global, sem requerer que os governos tomem decisões todos os dias. Se os valores estão incluídos no mercado, então o mercado pode ser um aliado na seleção de todas essas possibilidades. Mas não há dúvida de que um imposto sobre o CO2, neutro em termos de renda, seria uma opção poderosa. A Escandinávia e alguns países, como a França, já o estão usando. É difícil imaginar um imposto de carbono globalmente harmonizado, por isso a noção de "cap-and-trade" é provavelmente melhor como base para a coordenação internacional.
FOLHA - Copenhague não terminou como se esperava, e muitos duvidam que Cancún possa levar a um tratado legalmente vinculante. Yvo de Boer renunciou ao posto de secretário da Convenção de Mudança Climática da ONU. O IPPC está sob fogo cerrado. Obama enfrenta dificuldades para conseguir que o Congresso dos EUA vote a legislação sobre clima e energia. Ainda temos motivo para manter o otimismo?

GORE - (Ri) Sim, temos. Porque ainda há um movimento de base em todo o mundo, crescente, para enfrentar essa crise. Nos EUA a legislação está seguindo em frente e será votada em poucos meses. O fracasso em Copenhague se deveu primariamente ao fato de o Senado dos EUA ter falhado em aprovar essa legislação antes da conferência, forçando o presidente Obama a negociar com ambas as mãos atadas às costas. Como ele não podia pôr essa legislação sobre a mesa, os chineses resistiram a fazer concessões de seu lado, de modo que os dois maiores poluidores deixaram de agir. Isso fez o restante do mundo adiar a ação. Se os EUA aprovarem a legislação antes da conferência de Cancún, poderemos ver uma dinâmica muito diferente em ação.
FOLHA - O sr. estará no fim do mês em Manaus, para um seminário que terá também o cientista Tom Lovejoy e o cineasta James Cameron. O sr. acha que o filme "Avatar" terá um papel em despertar consciências para o tipo de problemas da floresta que o sr. trata em seus livros e seu próprio documentário?
GORE - É um filme com uma metáfora muito poderosa. Sou grande fã do filme. Tanto James Cameron quanto Tom Lovejoy são meus amigos. Lovejoy é um cientista com quem trabalho há anos. Ele me levou em minha primeira viagem para a Amazônia, 30 anos atrás.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Casas de garrafas pet são ecologicamente corretas

Estive conversando com algumas pessoas  sobre o projeto troque plástico por livros, que é um sucesso e em breve terá sua versão em São Paulo, quem sabe lá ele será reconhecido e terá o apoio que não tive. Acontece que o plástico é retirado da natureza e vai para a reciclagem, ótimo, excelente, magnifico, e depois? só retardamos a sua volta e também deixamos de produzir novos recipientes, já é alguma coisa, mas, se dessemos um fim mais nobre a esse vilão que está envenenando os nosso rios, mares e etc.
Na revista Carta Capital da semana passada, em artigo assinado pelo economista Delfin Neto, que também é Deputado Federal, uma pequena amostra do brutal estrago que os plástico estão fazendo com o nosso planeta, segundo o artigo, a maioria dos peixes que cosumimos estariam envenenados pelos plástico, veja em nosso blog, postagens anteriores um video que o fantástico da rede globo exibiu sobre a poluição dos plástico nos oceanos.
Pensando em dar um fim nobre a esse vilão, estou colocando a disposição de Arquitetos, Engenheiros, Ecologistas, ONGS, Governos Estaduais, Municipais, Federal, etc, 5.000m2 de área na Cidade de São Luis - MA, Brasil, de minha propriedade para fazermos o piloto de um projeto que em parceria com a Caixa Economica federal construirá casas com as garrafas pet recolhidas no projeto.
Em nosso blog já temos umas fotos de umas casas feitas com garrafas pet, mas tentei entrar em contato com a autora do projeto e não recebi resposta.
Projetos e propostas concretas serão analizadas e as mais viáveis serão submetidas a apreciação da CEF.
enviem para: arteiromuniz@uol.com.br

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Texto: Literatura e noticia ( ZIRALDO)


Realmente a coisa está preta. Dei uma olhada na lista dos livros de ficção mais vendidos do O Globo e entre os dez mais não figura sequer um brasileiro. Tudoblockbuster americano.

Será que os autores brasileiros modernos não conseguem mais contar histórias que comovam e envolvam o leitor? Será que ninguém, entre nós, escreve aqueles livros que a gente não consegue parar de ler nem comendo? Não tem mais, entre nós, gente contando história boa de ler? Estou achando que nossos contadores de história em potencial foram para a televisão ganhar dinheiro e os autores que nos restam querem é fazer livros destinados à Grande Literatura, que ninguém lê. É verdade que elas dão prêmios(!), elogios e um pouquinho de resenha, mas grande cobertura é difícil. No Prosa e Verso de sábado 6 de fevereiro, por exemplo, a grande entrevista é com o escritor americano William Kennedy, premiado pelo Pulitzer, autor de 18 livros de Grande Literatura que nunca entraram numa lista dos mais vendidos no Brasil. Que importância ele tem para nós, colonizados eternos?

Acho importante ir a Albany, nos Estados Unidos, visitar o William, o cara é bom mesmo, tudo que ele disse na entrevista tem tudo a ver conosco, tudo a ver com o que estamos produzindo, com o que estamos lendo (sem ponto de ironia). Outra matéria de destaque é com Tomás Martínez, importante escritor argentino (os suplementos literários da imprensa argentina, praticamente, só cuidam de literatura argentina), falecido recentemente.

Mas, voltemos ao Prosa e Verso. Mais um destaque na página. Ali está Meg Cabot, para nós, uma recente descoberta americana quase tão importante quanto a da Thalita Rebouças, numa alentada nota com foto. Estou vindo de trás para diante e na página 3, descubro que a página inteira é sobre John Fante. Vocês sabem quem ele é? Estão interessado em todas as informações sobre ele?

Oba! Na página 2 há uma matéria de interesse para nós: um grande artigo sobre um autor negro – helás! – chamado Dany Laferrière. Haitiano, tudo bem. A matéria principal da edição de sábado é, exatamente, sobre a literatura do país que a natureza insiste em destruir, competindo com os seres humanos que o habitam. Vamos precisar de alguma tragédia – nova! – aqui pra que nossa literatura atual tenha alguma importância para nossa imprensa especializada

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Como (não) formar leitor (Artigo)

Como (não) formar leitor (Artigo)


Por que o brasileiro só lê um livro por ano, enquanto o americano e o europeu leem sete, oito vezes mais? Por que existem no país mais de 70 milhões de pessoas que não leem? Há várias respostas para explicar o fenômeno: baixo nível cultural de um povo com 21 milhões de analfabetos, poder aquisitivo insuficiente, falta de hábito, concorrência da televisão e da internet. Esta semana tomei conhecimento de outro fator, que é mais grave do que os outros, pois deveria ser instrumento de atração de leitores e é, ao contrário, de afastamento. Refiro-me ao aprendizado da leitura nas escolas de nível médio.

Um amigo, pai de um aluno do segundo ano, adolescente, mandou-me uma lista dos livros que o filho deverá ler neste semestre. Quem sabe eu não teria um ou outro para emprestar? Não vou citar a relação completa para não entediá-los. Eis alguns: "Senhora" e "Iracema", de José de Alencar; "O cortiço", de Aluisio de Azevedo; "Memórias de um sargento de milícias", de Manoel Antonio de Almeida; "Recordações do escrivão Isaías Caminha", de Lima Barreto; "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis; "Memórias sentimentais de João Miramar", de Oswald de Andrade (esqueci de perguntar se o curso era de memorialística).

Não vou entrar no mérito de uma seleção que mistura um clássico como "Brás Cubas" com obras de discutível qualidade estética ou literariamente datadas, como "Senhora" e "Iracema". O que eu me pergunto é se a melhor maneira de iniciar um jovem na leitura é forçando-o, por exemplo, a digerir a história de amor da índiazinha virgem dos cabelos negros, se hoje até o ministro Edison Lobão tem os seus "mais negros do que a asa da graúna".

Experimente tirar seu filho da frente do computador oferecendo-lhe um texto assim: "Iracema saiu do banho; o aljôfar d'água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do guará as flechas de seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome." Antes que me acusem de desprezar estilos e valores de época, esclareço que implico é com essa maneira inadequada de se levar um aluno de 15, 16 anos ao prazer da leitura. Comigo, no ginásio, me fizeram odiar os Lusíadas ao me obrigarem a "análises lógicas" em que eu deveria procurar o sujeito oculto de uma frase, como se fosse um detetive. Só mais tarde, na faculdade, e graças à professora Cleonice Berardinelli, descobri a beleza que havia no magistral épico de Camões. Para o gosto de um jovem de hoje, diante de tantos apelos audiovisuais, não seria mais palatável, como começo de conversa, um Rubem Braga ou um Fernando Sabino?

Zuenir Ventura é jornalista e escritor , colunista do jornal O Globo e da revista Época.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A quantas anda a reciclagem brasileira

diagnóstico


A quantas anda a reciclagem brasileira

Em catorze anos, o Brasil avançou na coleta seletiva que dá início ao reprocessamento dos dejetos. Passou de 81 municípios com esse sistema implantado em 1994 para 405 em 2008. Ainda é pouco – o número representa apenas 7% das cidades brasileiras

Reciclagem criativa

Reciclagem criativa


Pesquisadores do Institute for Research and Creation in Media Arts, no Canadá, criaram o Projeto Metamorphose, em que designers do mundo todo propõe, on line, alternativas de uso para objetos que iriam para o lixo. Saiba mais em:

Projeto Metamorphose


http://www.meta-morphose.ca/pages_fre/home.htm

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010